A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar os feitos de Lampião, as "presepadas" de heróis como João Grilo ou Canção de Fogo, uma história de amor, acontecimentos importantes de interesse público.
Os alunos da Casa do Brasil têm a possibilidade de conhecer, fruir e produzir Literatura de Cordel em suas aulas. Na sequência, publicamos o texto produzido por Richard de los Santos, aluno do ciclo Avançado. Parabéns, Richard! Seu texto ficou lindo! Esperamos que vocês gostem.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel
http://cordeldobrasil.com.br/v1/
O JUMENTO DIZ QUE NÃO
Preste muita atenção
para o que eu vou falar,
vou deixar uma mensagem
pra você nesta canção.
Pra gente crescer na vida
e com nós nossa nação,
não temos outra saída
que usar a educação.
Ela é a ferramenta
que todos temos na mão,
mas se você é um jumento
vai tentar dizer que não.
Joga a culpa no governo
joga a culpa no seu país.
Todo mundo tem a culpa,
Mas é você que não vê a mais.
Deixa essa televisão
e começa a estudar,
pois a vida passa a conta
se você disser que não.
* Francisco Diniz, cordelista paraibano, professor de Educação Física
VOCACULÁRIO:
1. Xilogravura: Gravura aberta na madeira.
2. Presepadas: s. f. 1.
[Brasil]
Barulho, barafunda, conflito. 2.
Espectáculo fantástico e ridículo.
3. Fruir: usufruir, estar na posse de.
Richard, gostaria de parabenizá-lo pela excelente produção. Adorei ler o seu Cordel! Vê-se que no seu curso você teve a oportunidade de percorrer e assimilar aspectos importantes da cultura do nosso país! Muito bem professora Michele!
ResponderExcluirMayeve Araújo.
Gostei! Não o tinha lido.
ResponderExcluirParabens Michele pelo blog, muito bonito e atualizado :)
Eloísa (Sem agá)