segunda-feira, 29 de outubro de 2012



O mundo animal no Português do Brasil

                 

Veja a seguir termos, ditados e expressões envolvendo diversos nomes de animais de uso frequente na língua portuguesa.
No linguajar do brasileiro um amigo falso diz-se "amigo da onça”. 
"Pagar o pato" é fazer papel de tolo, assumindo as consequências de algo que não se cometeu. 
“Soltar os cachorros” em alguém é o mesmo que agir de forma agressiva, por meio de insultos. 
E em se tratando de insultos, quando uma pessoa é considerada pouco inteligente ou ignorante, “burra”, "anta", "toupeira", “jegue”, "mula" ou "besta" são adjetivos muito utilizados para identificá-la.
Em relação às mulheres, o termo “galinha” está associado à promiscuidade, enquanto que "gata" significa uma mulher bonita. “Vaca” é um termo comumente utilizado para designar uma mulher de má índole, assim como “cobra”, “jararaca” ou “víbora”. 
Quanto aos homens, “cachorro” significa homem de mau caráter, "cabra da peste" é uma forma de denominar um sujeito macho, ao passo que “cavalo” ou mesmo “animal” são termos que identificam homens brutos.
Com relação à família bovina, muitos são os termos e expressões existentes. Uma pessoa que não tem opinião própria é chamada de "vaquinha de presépio", ou seja, é como se servisse apenas de enfeite. A expressão "aonde a vaca vai, o boi vai atrás" está associada a pessoas que são facilmente influenciáveis por outras. Já um "mão de vaca" é alguém muito avarento, pão-duro. A expressão "a vaca foi para o brejo", indica que algo deu errado, ou que alguém fracassou. Utiliza-se “nem que a vaca tussa" para  dizer que algo não acontecerá sob hipótese alguma. Já “conversa para boi dormir” ocorre quando uma pessoa está de conversa fiada ou mentindo.
Quanto aos insetos, uma pessoa "formiga" é aquela que adora comer doces.  
Já alguém muito intrometido, é conhecido como "abelhudo". 
“Acertar na mosca" significa fazer tudo direitinho. Já "comer mosca" está associado a perder uma oportunidade ou ficar para trás. O ditado “Em boca fechada não entra mosca" significa que, muitas vezes, é melhor ficar calado que dizer besteiras.
Um "bicho-grilo" é alguém que mora longe da cidade, ou mesmo uma pessoa que tenha estilo alternativo, como os hippies. 
Uma pessoa confusa, que não sabe para onde ir, diz-se que é uma "barata tonta", enquanto que o termo “lesma” caracteriza uma pessoa lenta.
Os primatas não escapam... Ser "macaco de auditório" significa estar presente em aglomerações públicas com frequência. Já  "macaco de circo" é alguém que gosta de fazer brincadeiras para agradar os outros, enquanto que “estar com a macaca" é estar nervoso, agitado.
E então, essa curiosidade não é o “bicho”, ou seja, legal?



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Literatura de Cordel: é poesia popular, é história contada em versos, em estrofes a rimar!*



A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de JaneiroMinas Gerais São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar os feitos de Lampião, as "presepadas" de heróis como João Grilo ou Canção de Fogo, uma história de amor, acontecimentos importantes de interesse público.


Os alunos da Casa do Brasil têm a possibilidade de conhecer, fruir e produzir Literatura de Cordel em suas aulas. Na sequência, publicamos o texto produzido por Richard de los Santos, aluno do ciclo Avançado. Parabéns, Richard! Seu texto ficou lindo! Esperamos que vocês gostem.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel
                http://cordeldobrasil.com.br/v1/ 

O JUMENTO DIZ QUE NÃ

Preste muita atenção
para o que eu vou falar,
vou deixar uma mensagem
pra você nesta canção.

Pra gente crescer na vida
e com nós nossa nação,
não temos outra saída
que usar a educação.

Ela é a ferramenta
que todos temos na mão,
mas se você é um jumento
vai tentar dizer que não.

Joga a culpa no governo
joga a culpa no seu país.
Todo mundo tem a culpa,
Mas é você que não vê a mais.

Deixa essa televisão
e começa a estudar,
pois a vida passa a conta
se você disser que não.



* Francisco Diniz, cordelista paraibano, professor de Educação Física

VOCACULÁRIO:
1. Xilogravura:  Gravura aberta na madeira.
2. Presepadas: s. f. 1. [Brasil]  Barulho, barafunda, conflito. 2. Espectáculo fantástico e ridículo.
3. Fruir: usufruir, estar na posse de.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012



Televisão brasileira perde sua grande diva

Neste final de semana faleceu a apresentadora Hebe Camargo, aos 83 anos.Hebe morreu na madrugada de sábado (29) em casa após sofrer uma parada cardíaca, ao se deitar para dormir, segundo a assessoria de imprensa do SBT. Ela lutava contra um câncer desde 2010. Hebe é um dos maiores ícones da televisão brasileira e ficou internada pela última vez por quase duas semanas em agosto. Nos últimos dois anos passou por cirurgias e tratamentos contra o câncer.

Celebrada pelo padre Marcelo Rossi, a missa pela morte da apresentadora Hebe Camargo teve fim por volta das 9h deste domingo (30). A cerimônia durou aproximadamente meia hora e foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, sede do governo do Estado de São Paulo, local onde ocorreu o velório.


O corpo da apresentadora Hebe Camargo foi enterrado por volta das 10h30 deste domingo (30) no cemitério Gethsemani, no bairro do Morumbi, em São Paulo, sob aplausos, gritos de "Hebe, eu te amo" e pétalas de rosas jogadas por fãs. De acordo com a administração do cemitério, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do enterro.
O sepultamento da apresentadora, ícone da TV brasileira, foi acompanhado por uma multidão composta, além dos fãs, por familiares, amigos, artistas e políticos nesta manhã. A chegada do caixão ao cemitério também foi aplaudida. Durante o enterro, os fãs cantaram, ainda, a música "Como é grande o meu amor por você", de Roberto Carlos – ela era fã do cantor.
O caixão com o corpo de Hebe deixou o Palácio dos Bandeirantes – onde ocorreu o velório e a missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi – por volta das 10h, em um carro do Corpo de Bombeiros, e seguiu em cortejo em direção ao cemitério. Lá, foi transferido em um carro elétrico e levado até o local do sepultamento, o jazigo da família.
'Ela era uma mãe para mim', disse o padre Marcelo Rossi neste domingo (30), antes de rezar missa de corpo presente para Hebe (Foto: Leo Martins/Frame/Folhapress)'Ela era uma mãe para mim', disse o padre Marcelo Rossi(Foto: Leo Martins/Frame/Folhapress)
No percurso até o cemitério, o caixão foi coberto com uma bandeira do Brasil e rodeado de coroas de flores enviadas pelos familiares, amigos, artistas e políticos, como a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os apresentadores Luciano Huck e Angélica, Pelé, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o empresário Antônio Ermírio de Moraes – entre dezenas de outros.

Em mais de 60 anos de história na televisão brasileira, a apresentadora tinha um estilo próprio de entrevistar as pessoas. Ela se tornou popular com a expressão “gracinha”, usada para elogiar convidados. Outra marca registrada de Hebe era dar selinhos nos entrevistados que passavam por seu famoso sofá.


Biografia

Nascida em Taubaté (SP), a 130 km da capital, Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani começou a carreira cantando. Entrou para a TV logo após a fundação da primeira emissora brasileira, a TV Tupi, onde ela fazia aparições nos programas como cantora.

treou como apresentadora em 1955, no programa “O mundo é das mulheres”, na TV Paulista, a primeira atração voltada especialmente para mulheres. Antes disso, havia substituído Ary Barroso no programa de calouros apresentado por ele.
Depois disso, a apresentadora ficou afastada da TV por um período, até que em 1966 estreou o dominical que levava seu nome na TV Record. A atração contava com o músico Caçulinha e era líder de audiência. Foi responsável por dar espaço para novos talentos ligados à Jovem Guarda.
Para dedicar-se ao filho, Hebe ficou afastada da televisão por cerca de dez anos, quando voltou a aparecer na TV Bandeirantes. Em 1985, aceitou o convite do SBT para comandar uma atração na emissora. Em quatro de março de 1986, entrava no ar o “Programa Hebe”, comandado por ela até 2010. Em dezembro do mesmo ano, Hebe assinou contrato com a RedeTV e estreou na emissora em março de 2011, onde ficou até este mês, quando acertou retorno ao SBT. Segundo a assessoria do SBT, ela estava muito feliz com a volta à emissora.
A Casa do Brasil presta também a sua homenagem a esta grande figura da televisão brasileira. Adeus, Gracinha! Sentiremos sua falta.